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Testes de alergia alimentar

Testes de alergia alimentar: métodos e eficácia

As alergias alimentares são uma preocupação crescente que afeta muitas pessoas e podem ter consequências graves para a saúde. Identificá-las com precisão é essencial para evitar reações adversas que, em alguns casos, podem ser graves. Existem vários métodos para diagnosticar estas alergias, cada um com a sua eficácia e características próprias, sabia? Desde testes cutâneos e análises ao sangue a dietas de eliminação, compreender como estes testes funcionam é fundamental para gerir e prevenir os sintomas associados.

Como são feitos os testes de alergia a alimentos?

Já alguma vez se questionou sobre como os testes de alergia a alimentos são feitos? A verdade é que não existe atualmente um método único para detetar estas intolerâncias. Dependendo do tipo de alergia, como veremos, podem ser realizados diferentes testes: testes cutâneos, análises ao sangue, testes por eliminação, testes por provocação e testes patch são alguns dos métodos utilizados atualmente.

Teste cutâneo de punção (Prick test) para alergias alimentares

Como o próprio nome indica, o teste cutâneo, ou prick test, é realizado diretamente na pele do doente para saber qual o alergénio que está a provocar a reação e para tomar as medidas mais adequadas em cada caso.

O mais frequente é que, depois de desinfetar a zona, se façam pequenas punções no antebraço, nas quais se colocam gotículas de soluções preparadas com uma proporção muito pequena de alergénios, neste caso, uma proteína de um alimento específico. Depois da substância penetrar na superfície da pele após as picadas, espera-se 20 – 30 minutos para ver se o organismo reage ou não. Se a zona da picada ficar vermelha e inchada, significa que o corpo libertou histamina em contacto com a substância, desencadeando uma reação alérgica.

Como funciona para detetar alergias alimentares?

Este tipo de teste é normalmente utilizado para detetar vários tipos de alergias, mas em especial as alergias alimentares. Isto porque avalia rapidamente a resposta do sistema imunitário face a alergénios específicos, facilitando a identificação de potenciais desencadeadores de reações adversas. Ao focar-se na resposta imediata do organismo, este teste permite um diagnóstico eficaz, ajudando os doentes e os especialistas a gerir melhor as alergias alimentares e a evitar episódios futuros. Para além disso, é uma ferramenta fundamental para personalizar as recomendações dietéticas e de tratamento a cada caso individual.

Percentagem de fiabilidade

Mas até que ponto estes testes são fiáveis? Costumam acertar? Como já referimos, este teste é um dos mais utilizados para detetar e confirmar alergias a alimentos, e isso deve-se ao seu elevado grau de fiabilidade. Embora seja verdade que isto depende diretamente do tipo de alergia em questão, em geral funciona muito bem para alergias imediatas, como as alergias alimentares.

Vantagens e limitações

Uma das maiores vantagens deste tipo de teste é, sem dúvida, a sua rapidez e o facto de ser, em última análise, muito pouco invasivo, exigindo apenas algumas pequenas picadas no antebraço. No entanto, há que ter em conta que existe a possibilidade de aparecerem falsos positivos. Para evitar isso, normalmente também se fazem punções com uma solução salina, que não deve causar qualquer reação alérgica, e compara-se o inchaço ou pápulas produzidas por cada uma delas. Se a reação com a solução salina for semelhante à dos alergénios, o resultado pode ser considerado pouco fiável e pode ser recomendada a repetição do teste ou a utilização de métodos de diagnóstico complementares.

Ao mesmo tempo, também se deve ter em conta que nas alergias com sintomas tardios, que aparecem horas depois do contacto, pode não funcionar, pelo que nestes casos pode ser necessário considerar outros testes.

Análises ao sangue

A análise ao sangue é outro dos testes mais comuns e fiáveis para detetar reações alérgicas. Mede a quantidade de anticorpos IgE ou imunoglobulina E específica do alergénio, proteínas que o nosso sistema imunitário liberta quando deteta certas ameaças, para proteger o organismo contra vírus, bactérias ou alergénios. Por este motivo, quando o organismo reage a um alergénio, estes anticorpos aumentam de concentração no sangue sendo detetados na análise.

Como é utilizado para diagnosticar alergias alimentares?

No caso de alergias ou reações adversas a determinados alimentos, uma análise ao sangue para medir os níveis específicos de imunoglobulina E (IgE) pode identificar não só se existe uma alergia a um alimento, mas também a qual dos seus componentes ou proteínas específicas. Isto deve-se ao facto dos anticorpos IgE serem produzidos de forma diferente em resposta a cada um deles. Como resultado, este teste pode determinar com precisão qual o agente que está a desencadear a reação alérgica, proporcionando um diagnóstico mais detalhado, fiável e personalizado.

Percentagem de fiabilidade

Tal como acontece com todos os testes, a análise ao sangue para identificar alergias não são 100% fiáveis em todos os casos. Os resultados podem ser influenciados por uma série de fatores, como a quantidade de anticorpos presentes no momento da análise ou a especificidade do alergénio estudado. São possíveis falsos negativos, em que uma alergia existente não é detetada, ou falsos positivos, em que a análise sugere uma alergia que na realidade não se manifesta clinicamente. No entanto, isto não significa que não tenha um elevado grau de exatidão. Em cada caso, é preferível que o médico avalie quais os testes a efetuar e se os deve ou não complementar com outros testes.

Vantagens e limitações

Uma das principais vantagens destas análises é o facto de serem particularmente úteis quando os testes cutâneos não são possíveis, como no caso de doentes com dermatite grave ou doenças de pele que dificultam a avaliação. É também uma opção ideal para pessoas que tomam anti-histamínicos, uma vez que estes não afetam os resultados da análise ao sangue, como acontece com os prick test. É também de salientar que uma alergia ligeira pode não se refletir no resultado do teste.

Teste de provocação oral para alergias alimentares

No teste de provocação oral, é administrada ao doente uma pequena quantidade do alimento a que se suspeita ser alérgico. É muito importante ter sempre a supervisão de um profissional, pois se for desencadeada uma reação adversa, podem ocorrer sintomas graves, como a anafilaxia.

Como funciona para confirmar alergias?

O teste de provocação oral alimentar é realizado num ambiente controlado, normalmente num consultório médico ou hospital, onde o doente pode ser monitorizado de perto. É iniciado com a administração de uma dose muito baixa do alimento em questão, que é progressivamente aumentada se não ocorrerem reações adversas nas primeiras doses. Esta abordagem permite observar a reação do organismo em tempo real e confirmar se o alimento específico é o desencadeador da alergia, o que o torna um dos testes mais fiáveis que existem.

Percentagem de fiabilidade

Uma vez que se trata de um teste direto da resposta do organismo a um alimento, é um dos testes mais precisos que podem ser realizados e a sua percentagem de insucesso é mínima. A sua capacidade de simular uma exposição real ao alergénio permite uma observação objetiva da reação do organismo, o que ajuda a confirmar ou a excluir a alergia com um elevado grau de certeza.

Vantagens e limitações

O teste de provocação oral para detetar alergias alimentares é um dos testes com menor margem de erro. No entanto, só deve ser realizado em situações sob cuidados médicos, uma vez que a reação pode ser imprevisível e potencialmente perigosa.

Dieta de eliminação e reintrodução para alergias alimentares

Neste caso, pede-se ao doente que elimine da sua dieta o alimento suspeito de ser alérgico durante um tempo determinado, por exemplo uma ou duas semanas, para depois ir reintroduzindo-o gradualmente para observar se ocorrem efeitos adversos.

Como funciona para identificar alergias?

Ao eliminar certos alimentos da dieta e depois reintroduzi-los gradualmente ao longo do tempo, é possível ver quais os alimentos que podem estar a causar sintomas. No entanto, durante o período de eliminação, é necessário monitorizar qualquer melhoria dos sintomas, o que pode indicar que os alimentos eliminados são de facto os desencadeadores das reações alérgicas.

Percentagem de fiabilidade

Não se deve ignorar que este teste é menos fiável do que os outros descritos anteriormente, especialmente para as pessoas que têm alergias retardadas, ou seja, os seus sintomas aparecem após horas ou mesmo dias. No final, este atraso na reação pode complicar a identificação dos alimentos responsáveis, uma vez que pode ser difícil correlacionar o consumo de um alimento com os sintomas que se desenvolvem mais tarde.

Vantagens e limitações

A dieta de eliminação é um método económico e não invasivo, o que significa que não requer procedimentos médicos ou testes que possam causar desconforto ao paciente. Apesar disso, pode não detetar alergias que tenham reações tardias, uma vez que os sintomas podem não aparecer até horas ou dias após a ingestão do alergénio. Este facto dificulta a correlação entre a eliminação de um alimento e a melhoria ou agravamento dos sintomas. Além disso, podem ocorrer falsos positivos se vários alimentos forem eliminados ao mesmo tempo, complicando a identificação do verdadeiro desencadeador.

Teste de contacto (Patch test) para alergias alimentares

Finalmente, outro dos testes mais utilizados é a aplicação de adesivos com os alergénios. Estes são colocados, normalmente nas costas, durante 48 horas para avaliar a reação cutânea ante determinados alergénios, de modo a detetar reações adversas tardias que não podem ser confirmadas com outros testes, como a dermatite de contacto, que não pode ser confirmada com testes cutâneos convencionais.

Como funciona o diagnóstico das alergias alimentares por contacto?

O patch test é particularmente eficaz porque avalia reações cutâneas que não se manifestam de imediato, mas que podem demorar horas ou mesmo dias a aparecer, como a dermatite de contacto acima mencionada. Durante o teste, são aplicados na pele adesivos contendo alergénios específicos, que são mantidos durante um determinado período, normalmente 48 horas.

Após este período, os adesivos são retirados e a pele é examinada para detetar qualquer reação. Inflamação, vermelhidão ou comichão na área onde os adesivos foram aplicados podem indicar sensibilidade aos alergénios testados.

Percentagem de fiabilidade

O patch test é muito fiável para identificar alergias de tipo retardado, uma vez que permite observar reações cutâneas que podem demorar a manifestar-se. No entanto, a sua eficácia pode ser limitada em alguns casos, especialmente quando as alergias são leves e as reações podem ser subtis e, portanto, difíceis de detetar, o que também pode resultar em falsos negativos.

Vantagens e limitações

O teste através da aplicação de adesivos na pele tem limitações, tal como os outros testes acima referidos. Neste caso, não é eficaz na deteção de reações alérgicas imediatas ou graves, que podem exigir métodos de diagnóstico diferentes, como testes cutâneos ou análises ao sangue. Além disso, o tempo necessário para observar os resultados pode ser uma desvantagem, uma vez que as reações podem não ser evidentes passadas 48 horas ou mais. Este facto pode dificultar a avaliação rápida das alergias alimentares em situações críticas.

Podem ser combinados vários testes?

Não só podem ser combinados vários testes de alergia, como também é o mais conveniente. Isto porque permite aos médicos obter uma imagem mais completa do perfil alérgico de um doente, confirmando certas intolerâncias com mais do que um teste. Através da utilização de métodos como os testes cutâneos, as análises ao sangue e os testes de provocação oral, por exemplo, é possível detetar diferentes tipos de reações alérgicas, quer sejam imediatas ou mais retardadas.

É necessária supervisão médica?

Sim, a supervisão médica é essencial quando se realizam testes para detetar alergias! A presença de um profissional de saúde não só ajuda a evitar falsos positivos e diagnósticos errados, como também evita que a saúde do doente seja comprometida se ocorrerem sintomas alérgicos graves, como a anafilaxia. Da mesma forma, os alergologistas são capazes de interpretar corretamente os resultados dos testes e considerar fatores individuais, como o historial clínico e os sintomas do doente, o que garante um diagnóstico mais preciso.

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Deve ler cuidadosamente todas as informações constantes da embalagem do medicamento e do seu folheto informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, deve consultar o seu médico ou farmacêutico.