
O que é a rinite crónica ou perene
Alguma vez sentiu que a congestão nasal, os espirros e a comichão não lhe davam descanso, independentemente da época do ano?
Pode estar a lidar com rinite crónica ou perene, uma condição que vai para além das alergias sazonais, tornando-se uma companhia constante na vida diária. Ao contrário da rinite alérgica que aparece com o pólen na primavera, esta forma persiste durante todo o ano, afetando a qualidade de vida, o descanso e até o humor.
O que é a rinite crónica ou perene?
Provavelmente já sabe o que é a rinite, e a rinite crónica ou perene? Esta é uma doença que causa sintomas de congestão nasal como resultado da inflamação da mucosa nasal devido a um episódio alérgico.
Enquanto a rinite sazonal ocorre em épocas específicas do ano, como o próprio nome indica, a rinite crónica manifesta-se continuamente ao longo do ano, sem uma época definida. Como veremos a seguir, algumas das suas causas mais comuns são os ácaros do pó ou a caspa dos animais, entre outras.
Diferença entre rinite perene ou persistente e rinite sazonal
Se ainda não está esclarecido sobre as diferenças entre rinite perene e sazonal, não se preocupe! É mais simples do que parece, veja:
De acordo com a sua duração | ||
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Temporária | Recorrente | |
Sintomas que duram entre 4 dias por semana e 4 semanas seguidas. | Sintomas que duram mais de 4 dias por semana e mais de 4 semanas seguidas. | |
De acordo com a sua gravidade | ||
Leve | Média | Grave |
|
Provoca alterações num, dois ou três dos aspectos acima mencionados. | Afeta os quatro aspectos descritos. |
Causas e fatores desencadeadores da rinite crónica
Já mencionámos alguns dos fatores que podem desencadear a rinite perene ou crónica, mas a lista é ainda mais extensa, englobando uma variedade de causas que podem variar de pessoa para pessoa e de ambiente para ambiente:
- Exposição a alergénios domésticos, como ácaros, bolor, pelo de animais e poeira: estes alergénios costumam acumular-se nos tapetes, cortinados, colchões e roupa de cama, o que torna muito difícil eliminá-los por completo. Por conseguinte, mesmo com limpezas frequentes, as pessoas particularmente alérgicas podem ter episódios recorrentes.
- Fatores ambientais: como a humidade ou a poluição, que podem aumentar e agravar os sintomas alérgicos e, com isso, a rinite crónica. Ter em conta que, no final, estes fatores fazem com que seja mais provável a presença de partículas nocivas e irritantes no ar.
- Predisposição genética e antecedentes familiares: não é segredo que as pessoas com antecedentes familiares de alergias e/ou asma têm maior probabilidade de as desenvolver, uma vez que a predisposição genética tem um papel significativo no seu aparecimento.
- Irritantes químicos e poluição atmosférica: o contacto com produtos químicos domésticos, como produtos de limpeza agressivos, perfumes, aerossóis, ou a exposição à poluição atmosférica, pode desencadear ou agravar os sintomas da rinite crónica, afetando as vias respiratórias e causando inflamação nasal.
- Stress e fatores emocionais: o stress prolongado pode afetar o sistema imunitário, o que poderá agravar os sintomas da rinite podendo torná-la crónica.
Quais são os sintomas da rinite perene?
Todos os tipos de alergia têm sintomas que são mais ou menos incómodos e podem chegar a afetar a vida quotidiana, especialmente se forem recorrentes, como no caso da rinite crónica. Alguns dos mais comuns são:
- Congestão nasal e muco
- Espirros persistentes
- Tosse
- Gotejamento pós-nasal
- Diminuição do olfato
- Comichão no nariz, garganta e olhos
- Voz nasal
- Olhos vermelhos e até conjuntivite
Como a rinite perene ou crónica é diagnosticada?
O diagnóstico da rinite perene é geralmente feito com base em diferentes avaliações:
- Avaliação física e análise do historial médico: o médico realiza um exame físico para detetar sinais de inflamação nasal, como congestão ou secreção. Além disso, também analisa o historial médico do paciente, tendo em conta as doenças respiratórias, a exposição a possíveis fatores desencadeadores ou os antecedentes genéticos, que já mencionámos que têm uma influência direta.
- Testes de alergia: para confirmar com certeza se tem rinite crónica, o especialista irá provavelmente recomendar testes de alergia. Estes incluem normalmente testes cutâneos e análises ao sangue para medir os níveis específicos de IgE, que ajudam a identificar os alergénios que desencadeiam os sintomas.
Quais são os melhores tratamentos para a rinite perene?
Sofre de rinite crónica? Não se preocupe! A verdade é que esta condição pode ser tratada de diferentes formas. Indicamos-lhe as mais comuns:
Anti-histamínicos (orais ou tópicos) e corticoides nasais
Se a rinite for ligeira, pode ser tratada com anti-histamínicos orais ou tópicos. Estes atuam bloqueando os efeitos da histamina, o que diminui os sintomas associados a esta, como a comichão nasal, os espirros e a secreção.
No entanto, quando os sintomas da rinite são mais intensos ou persistentes, como a congestão nasal grave ou a inflação da mucosa nasal, os corticoides tópicos nasais são frequentemente uma melhor opção. Estes medicamentos atuam reduzindo a inflamação nas fossas nasais, o que ajuda a aliviar a congestão, a comichão e os espirros de forma mais eficaz que os anti-histamínicos.
Utilização de descongestionantes em casos graves
Outra opção para o tratamento da congestão nasal em casos graves são os descongestionantes tópicos, como os sprays nasais, que atuam reduzindo a inflamação dos vasos sanguíneos na mucosa nasal. Isto proporciona um alívio rápido e eficaz da congestão, permitindo uma melhor respiração.
No entanto, é importante notar que estes produtos só devem ser utilizados durante curtos períodos de tempo, não excedendo cinco dias. Isto porque o uso prolongado pode provocar um efeito ioiô, piorando a congestão nasal quando o medicamento é interrompido e criando um ciclo de dependência.
Imunoterapia e tratamentos com solução salina
Um tratamento muito eficaz é a imunoterapia específica com antigénios, que diminui a gravidade e a frequência dos sintomas alérgicos. De facto, ao contrário de outros tratamentos, provoca numa melhoria de até 5 anos após o fim do tratamento.
Combinação de tratamento médico com medidas preventivas em casa
Para gerir de forma eficaz a rinite alérgica, é fundamental combinar o tratamento médico (como anti-histamínicos ou corticoides, como já vimos) com medidas preventivas em casa.
Isto inclui manter uma boa limpeza da casa para reduzir os alergénios, como o pó e os ácaros, utilizar purificadores de ar, controlar a humidade para evitar o bolor, limitar a exposição a animais de companhia e vigiar os níveis de pólen. Mas não se esqueça: siga sempre os conselhos do seu médico, ele saberá indicar-lhe o tratamento mais adequado para si!
Que impacto tem na qualidade de vida da pessoa com alergia?
Como qualquer tipo de alergia, a rinite crónica tem um impacto na vida das pessoas que sofrem desta, principalmente se tivermos em conta que os sintomas podem ocorrer em qualquer altura do ano e por um período de tempo prolongado.
Diminuição da produtividade e alteração do sono
Se sofre de desconforto contínuo, como espirros, congestão nasal e comichão, olhos vermelhos… é normal que isso acabe por afetar a sua produtividade no dia a dia. Pense nisto: descansa pior, o que leva a um sono pouco reparador e, consequentemente, a um menor rendimento durante o dia.
A fadiga, a dificuldade de concentração e o mal-estar geral podem interferir nas atividades diárias, seja no trabalho, na escola ou em casa. Além disso, os sintomas persistentes podem gerar irritabilidade e afetar o estado de espírito, tendo um impacto negativo nas relações pessoais e na qualidade de vida.
Dificuldade em respirar pelo nariz
A rinite é, em última análise, uma inflamação da mucosa nasal e aumento do tamanho dos cornetos, uma estrutura que temos nas fossas nasais. Quando os cornetos incham devido a uma inflamação crónica, a respiração normal torna-se difícil, de tal forma que a qualidade de vida pode ser afetada.
Quando isto acontece e quando o aumento dos cornetos não melhora com os anti-histamínicos ou corticoides nasais, pode ser considerada uma intervenção cirúrgica. Esta costuma ser minimamente invasiva e tem como objetivo reduzir o tamanho dos cornetos para permitir um fluxo de ar adequado.
Adaptar o ambiente doméstico para reduzir a exposição a alergénios
Naturalmente, para minimizar os sintomas da rinite alérgica, é fundamental adaptar a casa, reduzindo a exposição aos alergénios. Isto inclui, por exemplo, manter uma limpeza regular com aspiradores e panos húmidos, utilizar coberturas contra ácaros nos colchões e almofadas, ventilar de forma adequada, controlar a humidade para evitar o bolor e reduzir a acumulação de objetos que acumulem pó.
Neste sentido, os purificadores de ar com filtros HEPA e a limitação do acesso dos animais de companhia aos quartos podem ajudar.
Planeamento de hábitos saudáveis e rotinas de higiene
Manter hábitos saudáveis e rotinas de higiene é fundamental para controlar os sintomas da rinite alérgica e melhorar a qualidade de vida. Isto inclui lavar as mãos com frequência, tomar banho antes de se deitar para eliminar os alergénios acumulados durante o dia e manter uma limpeza regular da casa para reduzir a exposição ao pó, ácaros e a outros fatores desencadeadores.
Também é altamente recomendável incorporar uma dieta equilibrada, exercício regular e sono adequado para fortalecer o sistema imunitário e ajudar a gerir melhor os sintomas.
Conselhos para gerir o stress e a frustração associada à doença
Viver com uma condição crónica como a rinite alérgica pode ser stressante e frustrante, especialmente quando os sintomas afetam o dia a dia. Para gerir esta situação, é importante praticar técnicas de relaxamento, como a respiração profunda, e inclusive ioga ou meditação, que ajudam a reduzir a ansiedade. Também pode ser útil estabelecer rotinas que permitam um melhor controlo dos sintomas, como manter um ambiente limpo e sem alergénios.
Falar com amigos, familiares ou um profissional de saúde mental pode proporcionar apoio emocional.
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