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rinite alérgica

Rinite alérgica

O que é a rinite alérgica

A rinite alérgica consiste na inflamação da mucosa nasal e ocorre quando o sistema imunitário identifica substâncias inofensivas presentes no ar como prejudiciais. Embora a rinite alérgica não seja uma doença grave, pode ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas que dela sofrem. Os sintomas persistentes, como a congestão nasal, espirros frequentes e comichão nos olhos, podem interferir no rendimento laboral, escolar e nas atividades diárias.

A rinite é uma das doenças crónicas mais frequentes a nível mundial, estimando-se que atinja entre 10 e 20% da população mundial. Associa-se à conjuntivite, à sinusite e à asma; quando não é tratada e/ou não controlada, contribui para uma maior gravidade e perda de controlo da asma. Estudos recentes, baseados na população, avaliaram a prevalência da rinite em Portugal; são de referência o Inquérito Nacional de Prevalência de Asma (INPA) e os estudos ARPA. O estudo INPA, levado a cabo em 2010 incluiu mais de 6000 participantes e estima-se que, a nível mundial, 22% da população portuguesa tem rinite. Os indivíduos com rinite apresentaram um risco de asma quase quatro vezes superior ao dos indivíduos sem rinite; e, quando a rinite se associava à sinusite, esse risco aumentava quase dez vezes.

Sintomas da rinite alérgica

sintomas rinite alérgica

Rinite alérgica e sintomas são conceitos que estão sempre juntos, já que podem chegar a ser bastante incómodos. Os sintomas desta doença podem variar em intensidade de uma pessoa para outra, mas geralmente incluem:

  • Espirros
  • Comichão persistente no nariz, olhos e ouvidos
  • Secreção nasal aquosa e abundante
  • Congestão nasal e obstrução das vias respiratórias
  • Tosse
  • Perda temporária do sentido do olfato
  • Dor de ouvidos
  • Olhos chorosos, vermelhos e inchados

Se alguma vez teve uma destas reações, consulte um profissional de saúde se tiver alguma dúvida sobre a rinite e os seus sintomas. Desta forma, pode obter um diagnóstico preciso e receber o tratamento adequado.

Tipos de rinite alérgica

O diagnóstico da rinite alérgica baseia-se principalmente nos sintomas apresentados pelo doente e na identificação dos alergénios específicos que desencadeiam a reação alérgica. Os métodos mais comuns para diagnosticar a rinite alérgica são:

A rinite alérgica pode ser classificada em duas categorias principais, de acordo com o seu padrão de ocorrência:

  • A rinite alérgica sazonal ocorre em determinadas épocas do ano, quando a concentração do alergénio que a provoca é maior. O fator desencadeador mais conhecido é a exposição ao pólen das árvores na primavera, mas também pode ser provocada pelo pólen da erva no verão e por algumas ervas daninhas no outono. Além disso, a poluição costuma ser um fator agravante.
  • Ao contrário da rinite alérgica sazonal, a rinite alérgica perene ocorre ao longo de todo o ano e está normalmente relacionada com alergénios presentes nos interiores, como ácaros do pó doméstico, a caspa dos animais de companhia ou os bolores e esporos de fungos. A presença de alergénios varia ao longo dos meses e, por isso, os sintomas têm diferentes intensidades e variam ao longo do ano.

É importante referir que alguns indivíduos podem apresentar uma combinação de ambos os tipos de rinite alérgica, envolvendo sintomas persistentes ao longo do ano com períodos de maior intensidade em determinadas estações.

A rinite alérgica costuma ser aguda, ou seja, de curta duração, uma vez que está associada à exposição a alergénios específicos. Em contrapartida, a rinite crónica dura um período mais longo e normalmente está relacionada com fatores genéticos e ambientais.

Causas rinite alérgica

causa rinite alérgica

A rinite alérgica consiste na inflamação da mucosa nasal e ocorre quando o sistema imunitário identifica substâncias inofensivas presentes no ar como prejudiciais, como o pólen, os ácaros do pó ou as partículas de pele dos animais de companhia. Para se proteger, gera uma grande quantidade de um anticorpo chamado IgE. Cada vez que se entra em contacto com esta substância, conhecida como alergénio, os anticorpos enviam um sinal ao sistema imunitário para que este liberte vários mediadores químicos na corrente sanguínea para destruir o invasor. O mediador mais importante é a histamina, que é responsável pelos principais sintomas da rinite.

Os alergénios mais comuns que podem provocar rinite alérgica são:

  • Pólen de árvores, ervas e ervas daninhas.
  • Ácaros do pó doméstico.
  • Caspa dos animais de companhia (gatos, cães, cavalos, etc.).
  • Bolores e esporos de fungos.

Além disso, existem fatores que podem aumentar o risco de desenvolver rinite alérgica, como:

  • Sofrer de outras alergias, asma ou dermatite atópica.
  • Antecedentes familiares de alergias ou asma.
  • Exposição prolongada a alergénios em casa ou no local de trabalho.
  • Ter sido exposto ao fumo do tabaco durante a infância.

Como se diagnostica a rinite alérgica

O diagnóstico da rinite alérgica baseia-se principalmente nos sintomas apresentados pelo doente e na identificação dos alergénios específicos que desencadeiam a reação alérgica. Os métodos mais comuns para diagnosticar a rinite alérgica são:

  • Testes cutâneos. Os testes cutâneos ou de punção são um dos métodos mais exatos e utilizados para identificar os alergénios. Nestes testes são aplicadas pequenas quantidades de extratos de alergénios na pele do antebraço ou das costas, e observa-se se ocorre uma reação inflamatória local, como vermelhidão ou inchaço, que indica uma alergia a essa substância.
  • Análises de sangue. Quando os testes cutâneos não são recomendados ou conclusivos, podem ser realizadas análises ao sangue para medir os níveis de anticorpos IgE específicos para diferentes alergénios. Estes testes, conhecidos como RAST (Radioallergosorbent Test), fornecem informação valiosa sobre as substâncias às quais o doente é alérgico.

Além disso, existem outras opções complementares, como o hemograma, que consiste numa contagem de glóbulos brancos eosinofílicos, ou o diagnóstico molecular por microarrays, uma técnica pioneira que permite identificar com precisão o nível de sensibilização do doente a múltiplos alergénios numa única análise, proporcionando informação sobre as proteínas específicas às quais uma pessoa é alérgica.

Tratamentos para combater a rinite alérgica

Embora não exista uma cura definitiva para a rinite alérgica, é possível utilizar diferentes opções que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos doentes.

Evitar os alergénios

A principal ação para prevenir a rinite alérgica é evitar ou minimizar a exposição aos alergénios que desencadeiam os sintomas. Algumas estratégias eficazes incluem:

  • Evitar as horas do dia com maior concentração destes alergénios. Os níveis são geralmente mais elevados nas primeiras horas da manhã e começam a descer a partir do meio-dia.
  • Evite visitar zonas como parques ou campos e, sobretudo, não pratique atividade física nesses locais.
  • Não ter contacto com as plantas, especialmente durante a época de floração.
  • Manter as janelas fechadas durante a noite para manter os alergénios fora de casa.
  • Se viajar de carro, faça-o sempre com as janelas fechadas e as condutas de ventilação limpas.

Tratamento farmacológico

Existem vários medicamentos disponíveis para aliviar os sintomas da rinite alérgica, embora os mais utilizados sejam:

  • Anti-histamínicos. São medicamentos que bloqueiam a ação da histamina, um dos principais mediadores da resposta alérgica. São normalmente administrados por via oral (comprimidos), mas também estão disponíveis sob a forma de sprays nasais. Podem ser eficazes para reduzir a congestão nasal, os espirros e a comichão.
  • Corticosteroides nasais. Os corticosteroides nasais em forma de spray reduzem a inflamação da mucosa nasal e aliviam os sintomas como a congestão e o corrimento nasal causados pela rinite alérgica.
  • As vacinas contra a alergia, também conhecidas como imunoterapia, são um tratamento a longo prazo que pode ser eficaz em casos de rinite alérgica grave ou persistente. Esta abordagem envolve a administração de doses crescentes do alergénio, com o objetivo de habituar gradualmente o organismo ao mesmo. Este tratamento dura geralmente vários anos e requer um acompanhamento médico constante.

Diferenças entre constipação e rinite alérgica

Os sintomas da rinite alérgica podem muitas vezes ser confundidos com os da constipação ou catarro. No entanto, existem diferenças significativas que podem ajudar a distinguir as duas condições. A rinite alérgica é uma resposta do sistema imunitário a substâncias que identifica como nocivas, ao passo que a constipação é causada por uma infeção viral.

Em termos de sintomas, a rinite inclui espirros, comichão nos olhos, nariz e garganta, assim como secreção nasal aquosa. Por outro lado, a constipação tem em comum com a rinite a secreção nasal, embora neste caso seja mais espessa. Também provoca dor de garganta, mal-estar geral e, por vezes, febre.

Uma das diferenças mais evidentes entre as duas doenças é a sua duração. Enquanto a rinite alérgica é persistente enquanto houver exposição ao alergénio, a constipação dura geralmente entre três e dez dias. Além disso, a rinite caracteriza-se pelo seu aparecimento súbito após a exposição ao alergénio e pelo facto de os sintomas desaparecerem rapidamente após a toma de anti-histamínicos. A constipação, por outro lado, manifesta-se gradualmente, entre um e três dias após o contacto com o vírus.

É importante ter em conta que, em alguns casos, as alergias podem aumentar a suscetibilidade às infeções respiratórias, o que pode complicar o diagnóstico. Se os sintomas persistirem ou se agravarem, é aconselhável consultar um profissional de saúde.

Quando consultar um alergologista

Embora a rinite alérgica seja uma doença comum e, na maioria dos casos, possa ser gerida com medidas de autocuidado e medicamentos de venda livre, há situações em que é aconselhável procurar assistência médica especializada:
• Se os sintomas forem graves e persistentes e não responderem aos tratamentos habituais.
• Se os medicamentos para a alergia causarem efeitos secundários incómodos ou forem ineficazes.
• Se tiver outra condição médica que possa agravar os sintomas da rinite alérgica, como asma, pólipos nasais ou sinusite recorrente.
• Se suspeitar que os seus sintomas estão relacionados com a exposição no local de trabalho ou em casa.
• Se estiver a considerar a imunoterapia como opção de tratamento.
Um alergologista, especialista no diagnóstico e tratamento de alergias, pode realizar uma avaliação exaustiva, identificar os alergénios específicos e recomendar a abordagem terapêutica mais adequada para o seu caso particular.
A rinite alérgica pode ser uma doença incómoda e persistente, mas com um tratamento adequado e a adoção de medidas preventivas, é possível controlar os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida. Não hesite em procurar ajuda profissional se os sintomas persistirem ou interferirem com as suas atividades diárias.


Deve ler cuidadosamente todas as informações constantes da embalagem do medicamento e do seu folheto informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, deve consultar o seu médico ou farmacêutico.