Mitos e verdades sobre a dermatite atópica
A dermatite atópica é uma das patologias da pele mais comum que existe – afeta entre 2% e 10% da população mundial – e devido à sua “popularidade”, existem também inúmeros mitos à volta desta doença que hoje vamos desmistificar e esclarecer. Dê uma vista de olhos!
A dermatite atópica é contagiosa
O pior dos mitos! É uma crença generalizada e totalmente falsa. Estamos a falar de uma doença que produz uma inflamação e irritação da pele que tem a sua origem na exposição a um fator ambiental, genético ou imunitário, mas em nenhum caso é uma patologia infecciosa (de uma pessoa para outra).
Pessoas que têm má higiene sofrem desta patologia
Mito: Antigamente, acreditava-se que as pessoas que apresentavam este tipo de secura e pápulas na pele tinham má higiene, mas com o passar do tempo e diferentes estudos médicos, esta afirmação foi completamente afastada. Inclusive muitos dermatologistas afirmam que a utilização de sabonetes agressivos ou a lavagem várias vezes por dia tem um efeito negativo na pele.
A maioria dos casos de DA estão associados a alergias alimentares.
É verdade que algumas pessoas com dermatite atópica podem ser mais suscetíveis de sofrer de algum tipo de alergia alimentar, por exemplo ao leite, ao marisco, aos frutos secos, à soja… Mas não se tratam de dois aspetos ligados, nem devem ser restringidos certos alimentos de forma abrupta. No caso de qualquer suspeita, o melhor a fazer é consultar um especialista.
A dermatite atópica é uma doença psicológica
Não é verdade! Ainda que seja verdade que o stress ou a ansiedade sejam fatores que alteram e têm uma forte influência na dermatite atópica, não existem estudos que demonstrem uma relação psicológica com a doença.
Apenas as crianças sofrem desta patologia
Mito: Embora esta doença apareça com mais intensidade durante a infância e nos primeiros meses de vida, pode surgir em qualquer idade, predominando também numa grande percentagem de adultos.
Os animais de companhia não agravam a dermatite
Verdade: Muito pelo contrário, de acordo com um estudo de 2013, que analisou o risco de dermatite atópica versus a exposição de 21 casos a animais de companhia, foi determinado o oposto. As crianças que tinham cães reduziram o seu risco em 25% e com gatos não houve alterações.
O exercício agrava os surtos
Este é outro mito comum, mas não é verdade. Na realidade, é uma atividade muito benéfica para as pessoas com dermatite. Porquê? O exercício físico é positivo para a saúde em geral: melhora o estado da pele, reduz o stress, diminui o risco de doenças cardiovasculares, etc. No entanto, cada doente é um caso único e sempre que forem notados efeitos negativos, é fundamental consultar um especialista o mais rápido possível.
Tomar duches longos com água quente é benéfico
Falso! Embora muitas pessoas pensem que os duches hidratam a pele, pelo contrário, secam-na. O mais aconselhável para as pessoas que sofrem de dermatite atópica é tomar banhos muito curtos com água morna (sem mudanças bruscas de temperatura) e, além disso, com sabonetes de pH neutro.
A dermatite atópica é hereditária
“Se eu tiver dermatite atópica, os meus filhos também vão sofrer com isso?” Esta é uma pergunta que muitos doentes fazem a si próprios, mas é uma meia verdade. A DA tem uma componente genética, mas nem sempre, nem todas as crianças herdam a doença.
Alguns tecidos de roupa pioram a dermatite
Sim! Ainda que muitas pessoas não lhe prestem muita atenção, a roupa é um fator muito importante para aqueles que sofrem de dermatite. O mais aconselhável é usar roupa 100% algodão e evitar as fibras sintéticas e a lã.
Um conselho realmente útil para os doentes com DA é lavar a roupa antes de a usar para eliminar os produtos e a rigidez que podem danificar a pele.
A DA melhora com o passar do tempo, por si só.
Mito. Para lidar com a doença e evitar surtos, esta alergia necessita de um tratamento específico que também previne possíveis complicações. Se não forem devidamente tratadas, as feridas na pele podem originar infeções bacterianas graves e, sobretudo, dolorosas.
Aplicar azeite na pele é boa para a DA
Embora seja um hábito generalizado, isto deve ser feito com cautela. As propriedades hidratantes e nutritivas do azeite são inegáveis, mas não tanto assim no caso de dermatite atópica. É importante ter em conta que se trata de uma doença tópica com necessidades muito específicas, pelo que é melhor não autotratar-se, mas consultar um especialista sobre os produtos mais indicados.
Esta patologia não pode ser tratada
Mito: Hoje em dia existem diferentes tratamentos disponíveis que se adaptam às necessidades de cada doente. O objetivo, embora no momento não possa ser completamente erradicado, é diminuir o desconforto e reduzir ao mínimo possível a irritação e a comichão para evitar lesões mais graves.
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