Esofagite eosinofílica: o que é? Como pode ser tratada?
A esofagite eosinofílica, também conhecida como EoE, é uma doença que começou a ser diagnosticada no início da década de 1990. Trata-se de uma patologia relativamente recente em contínua investigação, causada principalmente pela alergia a algum alimento, embora também possam estar envolvidos diferentes fatores ambientais como a alergia ao pólen ou à poluição. Os sintomas que provoca são bastante incómodos para o doente, portanto, a investigação e um diagnóstico rápido são fundamentais para o tratamento desta patologia.
O que é a esofagite eosinofílica?
A esofagite eosinofílica é uma patologia crónica relacionada com o sistema imunitário que afeta diretamente a parede do esófago através de células chamadas eosinófilos. Esta doença relativamente recente pode afetar tanto crianças como adultos e, embora vários membros da mesma família possam sofrer dela, não é uma doença contagiosa ou viral.
É uma doença progressiva. Em muitos casos, quando a doença não é tratada, o esófago estreita-se e enrijece. Além disso, nas fases mais avançadas, sobretudo no caso dos adultos, o tecido do esófago já não funciona corretamente e não consegue transportar a comida até ao estômago.
Sintomas comuns associados à esofagite eosinofílica
Sintomas nas crianças
- Desaceleração do crescimento.
- Recusa de comida e vómitos.
- A partir dos 5 anos, dificuldade em engolir.
Sintomas em adultos
- É a dificuldade de engolir alimentos ou líquidos.
- Dor no peito ou no estômago.
- Vómitos.
Quais são as causas desta doença?
Os eosinófilos são células (glóbulos brancos), que se encontram no trato digestivo. No entanto, durante a esofagite eosinofílica, o organismo reage face a um alergénio externo provocando a inflamação do esófago. Esta concentração de eosinófilos na zona é uma característica distintiva da doença e é considerada um critério de diagnóstico.
Esofagite eosinofílica: Como é diagnosticado? Existe um tratamento?
Para realizar um diagnóstico da doença é necessário fazer uma endoscopia. Dessa forma, o especialista pode extrair uma amostra (biopsia) da parede do esófago e analisá-la. Se a pessoa sofrer da doença, na análise microscópica, aparecerão 15 ou mais eosinófilos por campo de grande aumento (superfície que é observada com a lente de grande aumento do microscópio ótico). Esta endoscopia mostra também o estado do esófago, ou seja, se existem anéis esofágicos, exsudados esbranquiçados ou se o esófago está enrugado.
É importante mencionar que as pessoas com EoE geralmente sofrem de outras alergias alimentares que não têm de estar relacionadas com ou ser provocadas pela EoE. Por exemplo, uma pessoa pode ser alérgica ao amendoim, mas essa alergia não é necessariamente responsável pela esofagite eosinofílica.
Os diferentes tratamentos existentes visam aliviar e reduzir os sintomas de inflamação e impedir possíveis danos irreversíveis a longo prazo, tentando evitar uma das fases finais: o estreitamento do esófago.
Existem, principalmente, três linhas de ação:
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Tratamento farmacológico.
Através do uso de corticoides tópicos ou sistémicos, reduz-se a inflamação e inclusive a fibrose ou o processo de cicatrização. Além disso, costumam ser incluídos inibidores da bomba de protões, como o Omeprazol e seus derivados, para neutralizar os ácidos do estômago.
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Controlo dietético.
Tal como acontece com outras alergias alimentares, a retirada de certos alimentos é essencial para diminuir a sintomatologia. Atualmente, os testes cutâneos não esclarecem muito sobre o alimento específico, portanto a maioria dos especialistas recomenda eliminar do consumo os produtos com maior risco como o leite, ovos, cereais, etc. Por outro lado, alguns nutricionistas estabelecem três possibilidades à volta da comida:
– A dieta elementar que elimina por completo os alimentos inteiros deixando apenas uma combinação de nutrientes essenciais.
– Dieta de exclusão. Como já referimos, resulta dos testes de alergia e podemos ir testando um a um ou através de uma combinação de todos os alimentos.
– Dieta empírica. Retirar do consumo os alimentos com maior predisposição para causar a doença.
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Tratamento com dilatador.
A sua aplicação só é recomendada em doentes graves que não apresentem resultados com os dois tratamentos anteriores. Geralmente costuma ser utilizado em adultos e consiste numa gastroscopia para reduzir o estreitamento do esófago.
Estes tratamentos costumam ser mantidos ao longo dos anos, pois é uma doença de longa duração. Realizam-se também endoscopias de rotina para realizar um controlo contínuo da doença.
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