É possível ser alérgico à aveia?
Já alguma vez tomou um pequeno-almoço buffet ou uma grande tigela de cereais e sentiu uma forte dor intestinal? Mesmo que nunca tenha sofrido com essa sensação incómoda antes, agora pode sofrer de alergia à aveia e a algum tipo de cereal. Atualmente, cada vez mais os produtos contêm vestígios ou pequenas amostras destes ingredientes, pelo que é necessário estar atento ao rótulo e conhecer em profundidade os sintomas. Hoje esclarecemos todas as dúvidas que possa ter sobre alergia à aveia. Preste atenção!
Sintomas que a alergia à aveia provoca
Tal como acontece com outras alergias alimentares, após a ingestão do alimento, as reações podem aparecer ao fim de poucos minutos ou após algumas horas. Geralmente, os sintomas da alergia à aveia podem ser leves ou muito subtis no início, tornando extremamente difícil a sua deteção. Além disso, por ser um alimento tão comum em produtos de panificação, descobrir o ingrediente específico torna-se numa tarefa complicada.
Em relação à sintomatologia, estas são as reações mais comuns:
- Sintomas leves. Congestão e secreção nasal, comichão nos olhos, irritação ou manchas na pele (sobretudo ao utilizar géis de aveia).
- Sintomas médios. Náuseas, tonturas, vómitos ou dores fortes de estômago.
- Sintomas graves. Em casos muito graves, as reações à aveia podem desencadear uma grande dificuldade em respirar e, finalmente, à anafilaxia. Nesse momento, é de importância vital ir a um hospital, pois o choque anafilático pode colocar a vida do doente em risco.
Testes de diagnóstico para detetar a alergia
Esta alergia é causada pela sensibilidade às proteínas encontradas na aveia, avena sativa. Para detetar de forma fiável se existe alergia à aveia, atualmente os alergologistas utilizam três tipos de testes para diagnosticar a patologia e são eles:
- Teste cutâneo. O médico injetará uma quantidade muito pequena do alergénio diluído na parte mais superficial da pele. Trata-se de um teste muito simples e indolor através do qual se podem obter resultados em pouco tempo (cerca de 20 a 40 minutos).
- Teste de parche. Podem ser utilizados para diagnosticar alergias alimentares tardias. O teste consiste na aplicação de um parche borrifado com o alergénio que será aplicado nas costas ou no braço durante cerca de dois dias. Após este tempo, visualiza-se a reação cutânea tardia, se existir.
- Análises de sangue. Se os testes anteriores não forem conclusivos, é possível realizar análises de sangue, é menos sensível para detetar alergénios do que os dois testes anteriores, mas podem ser uma ótima alternativa.
- Desafio de comida oral. A ingestão controlada também é determinante nas alergias alimentares. Através deste processo, o médico prescreve uma pequena quantidade que irá aumentando pouco a pouco, verificando se há alguma reação.
Conselhos a seguir e tratamento
O primeiro conselho do alergologista será excluir completamente da dieta o alergénio, neste caso, a aveia e qualquer produto baseado nela.
Estes são alguns detalhes que deve levar em consideração se tiver sido diagnosticado com alergia à aveia:
- Verificar sempre o rótulo dos produtos.
- Cuidado com a contaminação cruzada. Tanto nos restaurantes fora de casa, como na preparação de refeições em casa, a contaminação cruzada pode ser um perigo para quem tem alergia a este alimento (uso de óleo, utensílios de cozinha…)
- Prestar atenção à ingestão de alimentos nos restaurantes ou fora de casa.
- É importante ter sempre epinefrina consigo para poder agir face a um choque anafilático.
- Alimentos substitutivos da aveia. Se tem alergia à aveia, existem muitos alimentos pelos quais pode substituí-la. Cuscuz, quinoa ou arroz também são perfeitos para o pequeno-almoço, mas tome cuidado! Estes produtos também podem gerar algum tipo de reação.
Alergia a cereais e celiaquia, é a mesma coisa?
Muitas pessoas costumam confundir a alergia ao trigo ou aos cereais com a doença celíaca, mas não são a mesma coisa. Principalmente, uma pessoa celíaca sofre de intolerância ao glúten ao contrário de uma pessoa com alergia, por exemplo, ao trigo. Neste caso, o doente tem sensibilidade à proteína do trigo. Embora a doença celíaca tenha uma base imune, não é mediada por IgE, como é o caso das alergias. Apesar destas diferenças, também no tipo de diagnóstico e sintomatologia, o tratamento mais eficaz para evitar as reações será a exclusão definitiva do alimento da dieta.
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