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As alergias e o clima

As alergias e o clima

É um mito bastante difundido, mas a “alergia à mudança de tempo” não existe como tal. Porém, as mudanças de estação e as variáveis ​​meteorológicas são um possível gatilho para a concentração de alguns agentes alergénicos no ar, ou podem contribuir para uma reação da mucosa em pessoas com alergias. Hoje em dia, inúmeras pesquisas científicas demonstraram a relação que existe entre as mudanças repentinas no clima e os episódios de alergia. Vejamos!

Como afetam os fatores meteorológicos na alergia?

A meteorologia é um fator crucial no desenvolvimento dos níveis polínicos e, portanto, afeta diretamente a alergia de muitas pessoas. As mudanças de temperatura, rajadas de vento, tempestades e outros agentes meteorológicos podem desencadear fortes processos de alergia. Embora existam alergias que são indiferentes às estações do ano, a primavera é o período em que os sintomas de alergia se intensificam. Durante esta estação, ocorre um grande número de mudanças atmosféricas (chuva, vento, mudanças de temperatura, etc.) que podem fazer variar o tempo em poucos dias. Mas, examinemos mais aprofundadamente como os fenómenos meteorológicos afetam a alergia.

A humidade, a chuva ou as geadas

As chuvas além das geadas, criam um processo natural de “filtragem ou purificação” do ambiente. Graças à chuva, os grãos de pólen são capturados pelas gotas, ficam mais pesados ​​e por fim caem no solo, deixando o ar limpo de alergénios. Nas pessoas com alergia ao pólen, é muito comum observar como nos dias ensolarados ou ventosos os seus sintomas pioram e melhoram, principalmente graças à chuva. O melhor conselho: saia de casa depois de um dia chuvoso para desfrutar de um ar mais limpo e livre de pólen.

Por outro lado, quando falamos de humidade, a sintomatologia das pessoas com alergias costuma piorar. A alergia ocorre, neste caso, pela inalação de esporos de fungos presentes no ar. Por isso, é importante, principalmente em zonas com ambientes húmidos, manter a casa com níveis inferiores a 50% para evitar a formação de bolor.

O vento

O vento é outro dos parâmetros meteorológicos extremamente importante, pois move os esporos dos fungos e o pólen, às vezes a centenas de quilómetros de distância. Outro fator crucial é a origem do vento, quando vem do mar há menos pólen ambiental do que quando sopra do interior.

Além disso, a concentração e a dispersão desses alergénios dependem da mistura gerada pelo vento (a sua direção e velocidade). Esta é a chave para estudar as partículas em suspensão e a qualidade do ar.

As mudanças de temperatura

A temperatura e as mudanças bruscas no termómetro, em especial as baixas temperaturas, causam alterações nas secreções nasais e brônquicas. Em crianças com alergias, por exemplo, os brônquios respondem contraindo-se e diminuindo os mecanismos naturais de defesa, fazendo com que fiquem mais expostas a infeções respiratórias virais.

Com as mudanças de temperatura cada vez mais variáveis, a primavera também se antecipa, alterando o desenvolvimento das plantas e ampliando o seu período de polinização.

A poluição: piora a alergia?

A poluição e as alterações climáticas são outras das causas da proliferação das alergias na população atual. Devido às altas concentrações de CO2 e o aumento das temperaturas, por exemplo nas grandes cidades, as plantas aumentam e antecipam a sua produção de pólen. Além disso, as alterações climáticas também podem levar à extinção de espécies e à consolidação de outras não autóctones, aumentando o risco de sensibilização alérgica da população exposta. Em 2015, a American Chemical Society (ACS) afirmou que os gases, o dióxido de nitrogénio e o ozono, ao nível do solo – como pode ocorrer nas grandes cidades – causam alterações químicas em certos alergénios que aumentam a sua resistência.

As alterações climáticas são definitivamente um fator importante e têm um grande efeito sobre a emissão, dispersão, transporte e deposição dos alergénios. Também criam ciclos de exposição mais contínuos ao longo do ano. Trata-se de um ciclo vicioso, já que o aumento das temperaturas e a ausência de chuva também são responsáveis ​​pelo aumento dos níveis de poluição.

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