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alergia na escola

Alergias na escola: guia para pais e educadores

Cerca de 25% das crianças em idade escolar na Europa sofre de alguma alergia. Se tivermos em conta que as crianças passam grande parte do seu dia na escola, juntando as horas letivas com as atividades extracurriculares, a alergia infantil é uma preocupação crescente para pais e educadores. As crianças com alergias podem ser expostas a uma variedade de desencadeadores, desde alimentos a alergénios ambientais, que provocam diferentes reações. Criar um ambiente escolar seguro para estes alunos é crucial e requer uma colaboração estreita entre pais, professores e a comunidade escolar.

Neste artigo, analisamos os tipos mais comuns de alergias, os sintomas e sinais de alerta, e damos uma série de recomendações práticas que ajudarão a garantir a segurança e o bem-estar das crianças com alergias.

Alergias comuns no ambiente escolar

Embora as crianças possam sofrer de qualquer tipo de alergia, os tipos mais comuns de alergia infantil são as alergias alimentares, as ambientais e as a insetos e picadas.

Entre 6 e 8% das crianças sofrem de algum tipo de alergia alimentar. Os alimentos que mais causam alergias, também nas crianças, são o leite, os ovos, os frutos secos, o peixe e o marisco. No caso dos alimentos, é importante distinguir entre uma alergia alimentar e uma intolerância. Os sintomas das intolerâncias aparecem de forma gradual após a ingestão do alimento, enquanto as reações alérgicas ocorrem imediatamente após a ingestão.

Os principais sintomas das alergias alimentares são reações cutâneas, prurido oral, vermelhidão, inchaço, cólicas abdominais, dificuldade respiratória e, em casos graves, anafilaxia. Também podem provocar dermatite atópica, que combina lesões eczematosas com pele seca e comichão intensa.

As alergias ambientais são também relativamente comuns nas escolas, uma vez que os alergénios que as provocam, como o pólen, os ácaros e os bolores, podem estar presentes nas instalações escolares, tanto nas salas de aula como nas zonas de recreio. Os sintomas mais comuns são a rinite alérgica, a congestão e a secreção nasal, a lacrimação, a comichão nos olhos e a asma.

As picadas de insetos, como as de abelhas, vespas e formigas, podem causar reações alérgicas graves em algumas crianças, incluindo anafilaxia. É necessário prestar atenção porque, embora o contacto com o veneno dos insetos não seja comum em contexto escolar, pode ocorrer pela primeira vez neste contexto, especialmente se forem tidas em conta as atividades ao ar livre, como o recreio e as visitas de estudo.

É também necessário considerar a alergia ao látex, um material que está presente em alguns objetos comuns na escola, como balões, bolas, elásticos ou bicos de garrafas e luvas, e que pode desencadear reações alérgicas em alguns alunos.

Conhecer os tipos de alergias mais comuns no ambiente escolar é fundamental para poder preveni-las e geri-las corretamente.

Sintomas e sinais de alerta

Os sintomas de uma reação alérgica podem variar em gravidade, de leves a potencialmente graves. Por isso, é vital que o pessoal escolar seja formado para reconhecer os sinais de alerta e atuar atempadamente, especialmente no caso de reações críticas.

Os sintomas leves incluem:

  • Comichão ou vermelhidão da pele, olhos ou boca.
  • Espirros, congestão nasal ou lacrimação.
  • Dor abdominal, náuseas ou vómitos.

Por outro lado, os sintomas graves incluem:

  • Dificuldade em respirar, sibilâncias ou tosse.
  • Inchaço no rosto, lábios, língua ou garganta.
  • Tonturas, perda de consciência ou choque.

Os sintomas de uma reação alérgica grave, conhecida como anafilaxia, podem aparecer em minutos e podem ser fatais. Portanto, é crucial que o pessoal escolar esteja preparado para reconhecer e responder adequadamente a estas situações de emergência.

Elaborar um plano de ação para gerir as alergias na escola

Para garantir a segurança e o bem-estar dos alunos com alergias, é fundamental desenvolver um plano de ação integral que envolva todas as partes chave: pais, pessoal escolar e profissionais de saúde. A existência de um protocolo sobre alergias nas escolas ajudará a saber o que fazer em qualquer momento.

Um plano de ação para gerir as alergias no contexto escolar deve ser abrangente e claro, incluindo vários componentes essenciais. Em primeiro lugar, é fundamental recolher e atualizar regularmente informações detalhadas sobre os alunos com alergias, especificando as substâncias a que são alérgicos e o grau de gravidade das reações. Este plano deve incluir orientações para reconhecer os sintomas de uma reação alérgica e instruções precisas para a administração de medicamentos, como autoinjetores de epinefrina, em caso de emergência. Além disso, é fundamental dispor de uma lista de contactos de emergência, que inclua os pais ou tutores, assim como os serviços médicos locais. Este plano deve ser dado a conhecer a todo o pessoal da escola, assegurando uma resposta rápida e coordenada ante qualquer eventualidade.

Os pais devem fornecer à escola informação detalhada sobre as alergias dos seus filhos, incluindo os fatores desencadeadores específicos, os sintomas a ter em conta e as medidas de tratamento em caso de reação. Toda esta informação deve estar incluída no plano de ação e ser atualizada periodicamente, permitindo abordar situações individualizadas, como refeições ou atividades especiais.

Para que este plano de ação seja implementado, é fundamental que o pessoal escolar, docente e não docente, tenha formação sobre como reconhecer os sintomas de uma reação alérgica e como administrar adrenalina autoinjetável em caso de emergência. Devem também estar familiarizados com os procedimentos de ação definidos no referido plano. Recomenda-se que haja pelo menos duas pessoas na escola que conheçam a situação de cada aluno com alergias e que tenham formação para lidar com ela.

É importante ter um protocolo de alergia alimentar nas escolas, uma vez que as alergias alimentares são as mais comuns. A escola deve implementar políticas que reduzam o risco de exposição a alergénios, como a separação das refeições para os alunos com alergias, a proibição de certos alimentos nas salas de aula ou a garantia de uma limpeza completa das superfícies.

O plano de ação deve também incluir instruções de ação para as atividades que ocorram fora da sala de aula. É essencial planear estas ações para garantir a segurança e o bem-estar dos alunos com alergias. Isto exige uma avaliação prévia dos potenciais alergénios no ambiente e a garantia de que os locais selecionados são adequados para todos os alunos. Além disso, o pessoal de acompanhamento deve estar informado sobre os alunos com alergias, possuir a medicação necessária e ter formação para agir em caso de emergência.

Comunicação eficaz sobre alergias na comunidade escolar

Envolver toda a comunidade escolar, incluindo os colegas e as suas famílias, é fundamental para criar um ambiente seguro onde os alunos com alergias se sintam protegidos. Para aumentar a sensibilização e a compreensão de toda a comunidade escolar, pode ser desenvolvida uma estratégia que inclua palestras informativas, atividades lúdicas ou a criação de recursos educativos para explicar o que são as alergias, como podem afetar as crianças e como os colegas podem ajudar a manter um ambiente seguro.

A informação sobre as alergias de cada aluno deve estar atualizada e facilmente acessível ao pessoal da escola. Manter uma comunicação fluida com os pais para os manter atualizados sobre quaisquer alterações na condição alérgica dos seus filhos é vital para garantir a segurança e o bem-estar das crianças.

Preparação e resposta a emergências alérgicas nas escolas

É essencial estar preparado para responder adequadamente a uma emergência alérgica. O pessoal escolar deve ser formada para reconhecer os sintomas de uma reação alérgica grave, como dificuldade respiratória intensa, vómitos e perda de consciência.

É de notar que, para autorizar o pessoal escolar a administrar medicação de emergência, se necessário, o médico deverá preencher uma autorização que deverá ser assinada também pelos pais ou tutores legais.

Nestes casos, o pessoal da escola terá formação para administrar epinefrina. As instruções para a administração de epinefrina assim como de outros medicamentos devem ser incluídas no plano de ação, especificando o nome do medicamento, a dosagem e o modo de administração.

A escola deve ter protocolos de emergência claros e bem definidos, incluindo os passos a seguir, os números de contacto e a coordenação com os serviços de emergência.

As alergias no ambiente escolar representam um grande desafio para pais e educadores, mas com um planeamento adequado e uma colaboração estreita, é possível criar um ambiente seguro para todos os alunos. Os planos de ação são uma ferramenta necessária para responder de forma adequada a diferentes situações que possam ocorrer. A colaboração entre educadores e pais é vital para garantir que as crianças com alergias possam desfrutar da sua etapa escolar de uma forma plena e segura.

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Deve ler cuidadosamente todas as informações constantes da embalagem do medicamento e do seu folheto informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, deve consultar o seu médico ou farmacêutico.