Tratamento da alergia infantil
Sabia que as crianças podem ser mais propensas a reações alérgicas do que os adultos? Embora cada caso seja um caso, é importante estar informado e consciente sobre como detetar e tratar as alergias nas crianças, de modo a evitar problemas de saúde potencialmente graves. Neste post, vamos explorar as causas, sintomas e tratamentos das alergias infantis, assim como as medidas preventivas que podem ser tomadas para garantir a segurança das crianças.
Tipos de alergias infantis
Como em qualquer faixa etária, as crianças também podem sofrer alergias que afetam a sua qualidade de vida e bem-estar. Estas podem manifestar-se de várias formas e causar sintomas que vão de leves a graves, sendo alguns tipos de alergias mais comuns do que outros. As mais comuns entre as crianças são:
Alergias Respiratórias
Uma das alergias mais comuns nas crianças e bebés são as alergias respiratórias. Aqui predomina a alergia aos ácaros, especialmente no outono e inverno, ou em zonas onde predomina a humidade. Os sintomas desta alergia costumam incluir comichão nos olhos, congestão nasal, espirros frequentes, tosse, sibilâncias, dificuldade em respirar e inclusive vermelhidão e irritação da pele.
Em alguns casos, também pode chegar a desencadear-se asma alérgica, causando dificuldade em respirar, opressão no peito, tosse seca persistente, especialmente à noite e de manhã, e sons torácicos sibilantes.
Alergias alimentares
Quando falamos de alergias alimentares, referimo-nos a uma reação do sistema imunitário a determinados alimentos e suas proteínas. São geralmente mais comuns em crianças do que em adultos, sendo as alergias mais comuns ao leite, ovo, peixe, marisco, leguminosas, cereais, frutos secos e glúten.
Os sintomas dependem da gravidade da reação, mas geralmente incluem formigueiro na boca, prurido, eczema, urticária, inchaço da cavidade oral, diarreia, vómitos, náuseas, tonturas e até desmaios e anafilaxia.
Alergia a Medicamentos
As reações adversas a medicamentos são desencadeadas quando o sistema imunitário reage de forma exagerada a um componente destes, identificando-o como uma ameaça para o organismo. Manifesta-se através de inchaço dos lábios, língua, boca e garganta, anafilaxia, dor abdominal, vómitos, tonturas, diarreia, urticária, erupções cutâneas e vermelhidão da pele, podendo levar à asfixia nos casos mais graves.
Diagnóstico e testes de alergia em crianças
O diagnóstico das alergias infantis depende da sua gravidade e do tipo de que estamos a falar. Para o confirmar, existem diferentes métodos e testes que podem ser realizados.
Avaliação clínica
As alergias alimentares e medicamentosas são normalmente suspeitadas no momento da ingestão destes, mas devem ser confirmadas por um especialista de saúde através de análises. No caso de reações a outros alergénios, como os ácaros ou o pólen, são realizados testes cutâneos, que também podem ser complementados com análises sanguíneas. Se subsistirem dúvidas, especialmente no caso de alergias alimentares ou a produtos médicos, pode ser efetuado um teste de exposição controlada por um especialista de saúde.
Tratamento de alergias nas crianças
O tratamento das alergias infantis varia em função do alergénio ao qual a criança é sensível, assim como da gravidade da própria reação. Existem três formas principais de gerir as alergias:
Controlo dos alergénios
Na maioria dos casos, as alergias mantêm-se sob controlo se os alergénios forem evitados. Isto significa, por exemplo, não ingerir os alimentos que desencadeiam a reação, ou manter o pó e a humidade afastados.
Medicamentos para o tratamento dos sintomas da alergia nas crianças
Outra opção para o tratamento das alergias infantis são os medicamentos. Consulte o seu médico ou farmacêutico para obter conselhos sobre o melhor tratamento.
Também pode haver medicamentos para os quais é necessária receita médica. Neste caso, terá sempre de ser prescrito por um profissional que o considere um tratamento adequado.
A ITO e as vacinas de alergia
A chamada imunoterapia oral ou ITO é um tratamento recente para as alergias alimentares, como alternativa a evitar o alergénio. Consiste na administração de pequenas quantidades do alimento a que se é alérgico, para que o sistema imunitário se habitue a ele e reduza a sua resposta.
A ITO começa com doses muito baixas do alimento alergénio, que vai aumentando gradualmente ao longo do tempo. É muito importante notar que isto é feito sob a supervisão de um médico especialista, pois pode haver risco de reações perigosas durante o processo. Além disso, deve ser sempre avaliado caso a caso para determinar se é a opção adequada.
Por outro lado, existem as vacinas contra as alergias. Estas consistem em injeções regulares que são administradas durante um período de tempo específico que varia entre três e cinco anos, aproximadamente. Trata-se também de um tratamento de imunoterapia, uma vez que cada vacina contém uma pequena quantidade do agente alergénio, que vai aumentando à medida que o tratamento avança. Do mesmo modo, cabe ao médico ponderar e avaliar se é ou não adequado aplicar esta terapêutica.
Cuidado e prevenção: educação sobre alergias
O cuidado e a prevenção através da educação sobre as alergias são essenciais para garantir a segurança e o bem-estar das crianças e dos adultos. Ao conhecê-las e compreendê-las, podem ser tomadas medidas proativas para evitar desencadeadores e reações graves. Ao estar informado sobre as alergias mais comuns, os possíveis sintomas e as precauções a tomar, podem ser implementadas estratégias de prevenção e cuidados adequados.
Além disso, a educação sobre as alergias fomenta a empatia e a compreensão, criando ambientes mais inclusivos e seguros para todos. Assim, as crianças podem ser ensinadas a identificar por si mesmas os sintomas, o que pode acelerar o processo do plano de emergência para parar a reação, reduzindo o perigo.
Plano de Emergência para alergias
No caso das alergias mais graves, que podem levar à anafilaxia e asfixia, é necessário um plano de emergência. A melhor forma de o estabelecer e conceber é em conjunto com um médico, mas, em geral, o plano deve ter as seguintes características:
- Deve incluir critérios e orientações que facilitem o reconhecimento de uma reação alérgica, tanto pelo doente como por terceiros.
- Deve ser acessível e fácil de compreender.
- Deve ter instruções pormenorizadas sobre como proceder, explicadas de uma forma fácil e rápida.
- Deve ser fornecido às pessoas que estão habitualmente perto da criança, por exemplo, na escola, atividade extraescolares, família e amigos.
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