Alergias e roupa: materiais recomendados
As alergias cutâneas podem ser uma fonte constante de desconforto e preocupação para muitas pessoas, especialmente quando se trata da roupa que usam diariamente. Por este motivo, a escolha dos materiais certos pode fazer uma grande diferença na prevenção de irritações e reações adversas. Neste artigo, dizemos-lhe tudo sobre os melhores materiais recomendados para minimizar as alergias, além de lhe darmos alguns conselhos para o ajudar a fazer escolhas informadas para cuidar da sua pele e melhorar o seu bem-estar geral.
Que tipos de alergias comuns estão relacionadas com os têxteis?
Sabia que a roupa que usamos pode causar alergia na pele em algumas pessoas? De facto, existem algumas alergias, mais ou menos comuns, que estão diretamente relacionadas com a utilização de determinados têxteis e tecidos. Um exemplo disso é a dermatite de contacto que, como veremos, se manifesta através de sintomas como vermelhidão, comichão, inchaço e, em alguns casos, bolhas na pele. Pode desenvolver-se imediatamente após o contacto com o alergénio ou após várias horas ou mesmo dias.
Isto pode ocorrer devido a várias motivos: ao próprio tecido, ou como consequência do contacto com certos químicos e aditivos utilizados no processamento dos têxteis, como corantes ou branqueadores. Do mesmo modo, os materiais utilizados no acabamento das peças de vestuário, como o formaldeído e outros compostos químicos, também podem ser responsáveis por estas reações alérgicas na pele.
Como se manifesta a alergia aos materiais da roupa?
Como já foi referido, a alergia cutânea a materiais, componentes ou químicos da roupa pode manifestar-se de diferentes formas. Os sintomas mais comuns são reações que se manifestam após alguns minutos, horas ou mesmo dias, como vermelhidão, urticária, descamação ou comichão.
Além disso, certas partes do corpo tendem a ser mais afetadas do que outras, como as dobras dos cotovelos, joelhos, nádegas e virilhas, uma vez que estas zonas estão normalmente mais em contacto com a roupa. Da mesma forma, esta sintomatologia pode ser mais aguda em ambientes húmidos ou quando se transpira.
Que têxteis costumam causar mais alergias?
Existem alguns têxteis que, devido à sua composição ou origem, são mais suscetíveis de causar alergias cutâneas do que outros; por exemplo, porque não são feitos de fibras naturais, ou porque contêm produtos químicos, foram tratados com eles ou porque não permitem uma boa transpiração da pele, entre outras coisas. Alguns destes tecidos são o poliéster, o elastano, a lã natural ou o nylon:
- O poliéster: a reação a este material pode ser bastante grave, ao ponto de ser necessário evitá-lo por completo. Manifesta-se sob a forma de erupções cutâneas, vermelhidão e urticária.
- O elastano: muito comum em roupa justa ou desportiva. Os sintomas da alergia a este tecido também incluem erupções cutâneas, vermelhidão e comichão intensa.
- A lã natural: embora se trate de um material natural, é possível desenvolver alergia às proteínas que contém. Se a alergia for muito grave, pode levar a uma dermatite de contacto.
- O nylon: neste caso, a alergia ao nylon é causada por um polímero usado para fabricar vestuário deste tipo. Esta reação é menos comum do que a outros tecidos, mas também é muito incómoda.
Materiais têxteis recomendados para pessoas com alergias
Quer tenha alergia a algum tipo de tecido ou queira apenas reduzir as probabilidades de sofrer reações adversas a determinados tecidos, deve saber que existem alguns têxteis que são hipoalergénicos, ou seja, que reduzem consideravelmente o risco de desencadear sintomas alérgicos:
- O algodão: o algodão, especialmente o orgânico e puro, é o melhor para evitar reações adversas, uma vez que é livre de pesticidas, químicos e componentes agressivos para a pele. É também muito respirável, permitindo que a pele respire e evitando a transpiração, irritações e sobreaquecimentos.
- A seda: a seda é outra fibra natural fabricada pelos bichos-da-seda. Caracteriza-se por ser muito suave, delicada e hipoalergénica, pelo que é pouco suscetível de provocar alergias. É também muito resistente.
- O bambu: a celulose de bambu é utilizada para fazer roupa, mas também para fabricar toalhas, tapetes ou esteiras, entre outras coisas, uma vez que tem a capacidade de absorver e libertar água e humidade muito rapidamente. Tal como com os outros dois têxteis, não tem químicos, é suave e inclusive antibacteriano.
Conselhos para comprar a roupa adequada
Para escolher e comprar a roupa mais adequada, há alguns conselhos a ter em conta para evitar têxteis suscetíveis de causar problemas, especialmente se for uma pessoa com pele atópica.
Um dos primeiros passos é verificar as etiquetas de cada peça de roupa. Estas proporcionam informação valiosa sobre a composição dos tecidos, permitindo-nos identificar materiais que causam alergias ou irritações. Além disso, existem marcas especializadas em roupa hipoalergénica, concebidas especificamente para minimizar o risco de reações alérgicas. Estas marcas utilizam frequentemente materiais isentos de químicos agressivos e corantes irritantes, oferecendo uma opção segura e cómoda para pessoas com pele sensível. No fim de contas, fazer escolhas informadas e cuidadosas faz toda a diferença no nosso conforto e bem-estar diários.
Cuidado e manutenção da roupa
A roupa hipoalergénica deve ser cuidada para garantir o seu bom estado e propriedades, de forma a durar no tempo. O mais aconselhável é:
- Lavar com cuidado e adequadamente: é importante seguir sempre as instruções da etiqueta da peça de roupa, usar um sabão neutro e evitar os amaciadores de roupa.
- Secar de forma correta: para que a humidade não se acumule e danifique os tecidos.
- Guardar num local fresco e seco: evitar a luz solar direta e a humidade.
Produtos de lavagem recomendados
Ao lavar a roupa e outros têxteis é essencial escolher produtos que sejam suaves e menos suscetíveis de causar irritação, especialmente para pessoas com pele sensível ou alergias. Eis alguns tipos de produtos de lavagem recomendados:
- Detergentes hipoalergénicos: que são especificamente formulados para minimizar o risco de irritação cutânea. Estes produtos costumam ser isentos de fragrâncias e corantes, duas das principais causas de reações alérgicas. Ao escolher um detergente hipoalergénico, é aconselhável procurar aqueles que possuem certificações de organizações dermatológicas ou alergológicas, que garantem que foram testados e aprovados para peles sensíveis.
- Detergentes à base de ingredientes naturais: os detergentes à base de ingredientes naturais e biodegradáveis são uma excelente escolha para quem procura uma limpeza eficaz sem os produtos químicos agressivos presentes em muitos detergentes convencionais.
- Bolas de lã para a máquina de lavar roupa: são uma alternativa natural e sem químicos aos amaciadores de roupa convencionais. Estas bolas ajudam a amaciar a roupa, reduzem a eletricidade estática e aceleram o tempo de secagem sem a utilização de fragrâncias ou produtos químicos irritantes.
Últimos avanços nos têxteis hipoalergénicos
Os avanços da ciência e da tecnologia estão a permitir que o fabrico de tecidos hipoalergénicos avance cada vez mais. Um bom exemplo disso são os tecidos inteligentes, que são capazes de se termorregular, mantendo sempre uma temperatura adequada, evitando a transpiração. Outros também possuem proteção UV que bloqueia a maioria dos raios ultravioleta, proporcionando uma barreira física contra a radiação solar. Da mesma forma, já é possível optar por tecidos com propriedades antibacterianas e antifúngicas, oferecendo uma proteção adicional contra microrganismos que podem causar irritações e alergias.
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