O clima mais extremo, tem influência negativa nas alergias?
Alergia ao clima: As tempestades, os temporais, as mudanças bruscas de temperatura… Têm uma influência direta nas alergias. Estes fenómenos determinam o crescimento das plantas e fazem com que a produção de pólen seja maior ou menor. Sobretudo, nos últimos anos, assistimos a fortes alterações no clima e nas estações onde as situações meteorológicas são por vezes invulgares e extremas. Diante destes fenómenos, muitas pessoas perguntam-se se podem chegar a influenciar o crescimento das plantas e a sua polinização durante a próxima primavera. Segundo os especialistas, as grandes inundações, neve, humidade e as mudanças bruscas de temperatura são fatores que determinam sempre a concentração de pólen, mas vamos ver em profundidade qual é a sua influência.
Alergia climatica, ou às consequências das alterações climáticas?
As grandes nevadas e as gramíneas
Na zona dos países mediterrâneos como Portugal ou Espanha, as gramíneas são uma das plantas que geram mais alergias. Têm a forma de espiga e costumam aparecer ao lado das estradas, em campos de cultivo ou em prados. Alguns alergologistas afirmam que estas plantas costumam crescer e aumentar em número quando as precipitações, seja de chuva ou de neve, aumentam nos meses de outono e inverno.
Embora muitos pensem que a neve possa afetar de forma negativa o crescimento das plantas, nada poderia estar mais longe da verdade. Quando esta neve derrete, ocorre o degelo, o que favorecerá a irrigação da terra durante as próximas semanas. Um facto que é realmente benéfico para o desenvolvimento das gramíneas selvagens e que, como consequência, produzirá um aumento considerável nos seus pólenes na próxima primavera.
As tempestades e o vento, afetam as alergias
O vento é um fator meteorológico essencial para a proliferação do pólen e a deslocação dos esporos e alergénios. Durante as tempestades e vendavais, a concentração de pólen é realmente elevada à sua passagem. Estes fenómenos conseguem transportar as partículas ao longo de vários quilómetros ou até mantê-las durante um certo tempo num determinado local se a direção do vento assim o fizer. Após o vendaval, pode aparecer a chuva, algo que ajudará a limpar a atmosfera, mas que acabará por contribuir para manter a vegetação fresca durante mais tempo.
O frio intenso e o crescimento das plantas
O frio também pode ser determinante para o crescimento das gramíneas, pois as baixas temperaturas fortalecem as raízes das plantas selvagens, fazendo com que cresçam mais fortes e vigorosas, o que influenciará posteriormente na concentração dos níveis de pólen.
No caso de outras plantas como a família das cupressaceae (ciprestes e algumas sebes de jardim), o frio dá-lhes um plus de energia, já que costumam polinizar mais cedo, durante os meses de janeiro a março.
Conselhos para lidar com o clima extremo e as alergias
O tempo pode alterar muito a concentração de pólen e a vida dos doentes que sofrem de alergias. Para lidar com as mudanças no clima e os seus efeitos meteorológicos adversos, estes conselhos podem ajudá-lo:
- Proteja-se bem do frio, sobretudo se sofrer de urticária. Use luvas, cachecol e gorro para cuidar da pele.
- Nesta época, especialmente durante o inverno, tome banho com água morna para que a pele não sofra mais mudanças de temperatura.
- Aproveite os dias chuvosos para ventilar a casa, 10 minutos são suficientes. Mas evite fazê-lo em dias com muito vento ou de temporal.
- Quando vier do exterior, troque de roupa assim que entrar em casa.
- Se quiser fazer exercício ao ar livre, saia depois da chuva cair ou logo na primeira hora do dia. Em dias de muito vento é totalmente desaconselhável praticar desporto em espaços abertos, sobretudo em parques ou zonas ajardinadas.
- Estas mudanças de temperatura, a chuva ou neve, podem gerar condensação na casa e humidades. Tenha muito cuidado e, se necessário, use desumidificadores.
É inegável que todas estas mudanças no clima têm uma origem comum que está a afetar o desenvolvimento das alergias em metade do mundo. O aquecimento global está a ter um impacto direto no clima, na reprodução das plantas e, consequentemente, na saúde das pessoas. Um aspeto que, se não diminuir nos próximos anos, marcará por completo a evolução das alergias num futuro próximo.
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