Aeroalergénios: Quando o perigo se move pelo ar
Qualquer parte do mundo pode ser um foco de alergias para os doentes com esta doença, mas e se falarmos em concreto dos aeroalergénios? Estas proteínas que são transportadas sem nenhum controlo pelo ar são um dos principais problemas para as pessoas com alergias e as pessoas com asma, qualquer que seja a época do ano. Hoje, damos uma vista de olhos aos principais aeroalergénios e como é possível combatê-los com alguns truques e hábitos simples. Tome nota!
O que são os aeroalergénios?
Os aeroalergénios são pequenas proteínas que – independentemente da sua procedência – são transportadas pelo ar e, quando inaladas e entram em contacto com as vias respiratórias ou a conjuntiva ocular, produzem diferentes tipos de alergias, tais como asma, rinite ou conjuntivite, entre outras.
Tal como acontece com outros alergénios, o sistema imunitário encara estas proteínas como estranhas e “perigosas” e reage a elas, desencadeando uma série de sintomas muito característicos da alergia. O grau de intensidade destas reações dependerá da suscetibilidade de cada pessoa e, sobretudo, da suscetibilidade de cada indivíduo ao alergénio.
Aeroalergénios: onde se encontram?
Estes antigénios aerotransportados entram no organismo por diferentes vias: a via respiratória (como forma principal), mas também através da mucosa conjuntiva, da epiderme e inclusive da via digestiva.
Além disso, dependendo do local prioritário de exposição, existem dois tipos de alergénicos:
- Alergénios de interior. Como o seu nome indica, estas são as proteínas encontradas no interior das casas, locais de trabalho, ou seja, em qualquer edifício habitado. Afetam os indivíduos que vivem ou passam regularmente por estes lugares e têm um elevado risco alérgico. Entre eles encontra-se: o pó doméstico, o bolor, as baratas, os roedores e os animais de companhia.
- Alergénios de exterior. Estes encontram-se em espaços abertos e podem ter uma intensidade média-alta. Os mais comuns são os pólenes, fungos e, em menor grau, os animais.
Tipos de aeroalergénios
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Pólenes
Os pólenes são proteínas ou estruturas reprodutivas masculinas das plantas. Distinguem-se em dois tipos pela forma como se transmitem: pólenes anemófilos (transportados pelo ar) são mais suscetíveis de causar alergia respiratória que os pólenes entomófilos (transportados por insetos), mas estão menos envolvidos na produção de alergias. Neste caso, os principais pólenes alergénios estão agrupados principalmente em três blocos:
- Gramíneas. São o foco principal das patologias alérgicas respiratórias em todo o mundo. Existem cerca de 10.000 espécies e é muito comum que produzam reatividade cruzada com certos alimentos de origem vegetal.
- Ervas daninhas. Falamos de um grupo muito variado de plantas, que ganhou protagonismo nos últimos anos como resultado das alterações climáticas. Algumas das mais comuns são asteraceae, urticaceae, euphorbiaceae e amaranthaceae.
- Árvores. Na zona do mediterrâneo e da Península Ibérica existem diferentes árvores predominantes. As árvores mais comuns que causam reações relacionadas com o pólen são das famílias das: Oleaceae, Betulaceae e Cupressaceae.
Os pólenes atingem geralmente o seu pico máximo de concentração da primavera ao verão e, mais concretamente, de manhã e ao fim da tarde. Para evitar a exposição a este alergénio, é aconselhável evitar sair a estas horas do dia e proteger bem a casa para evitar a entrada de pólen, assim como manter a casa limpa e utilizar filtros HEPA para o ar.
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Ácaros
Estes artrópodes da família Arachnida podem ser encontrados numa multiplicidade de espaços, mas se falarmos especificamente de alergia aos ácaros, referimo-nos àqueles que aparecem na roupa de cama, tapetes e outros artigos domésticos.
Os alergénios dos ácaros são classificados em 33 grupos, sendo os mais importantes: grupo 1 (Der p 1, Der f 1 e Eur m 1) e grupo 2 (Der p 2, Der f 2 e Eur m 2). Atualmente, diferentes estudos reiteram a ligação de sensibilização aos grupos 1 e 2 associados às doenças respiratórias alérgicas e à asma.
Que medidas podem ser tomadas para evitar as reações? Fundamentalmente, reduzindo a exposição ao alergénio e acompanhando-o com o tratamento adequado. Além disso, podem ser realizadas outras ações, tais como evitar tapetes, evitar a acumulação de resíduos em casa, evitar a humidade nos quartos e, claro, maximizar a limpeza.
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Fungos
Estes organismos encontram-se no ambiente e também podem apresentar picos de intensidade como acontece com o pólen em certas épocas do ano. Uma característica diferenciadora é que os fungos aparecem especialmente em ambientes húmidos, escuros e quentes ou temperados. O mais relacionado com as alergias é o Alternaria alternata, que pode ser encontrado tanto no interior como no exterior.
Os esporos deste organismo são classificados como um poluente ambiental e uma fonte de alergénios, especialmente no interior das casas, embora seja importante mencionar que a exposição mais forte seja no exterior, quando ocorre a decomposição da matéria orgânica.
As medidas para evitar a exposição aos fungos são muito claras: diminuir a humidade relativa para 50%, aproveitar o sol ao máximo, utilizar filtros HEPA e limpar as zonas húmidas da casa com lixívia ou produtos especiais.
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Animais
Estas são outras das reações alérgicas mais comuns e são principalmente causadas pelas secreções e excreções dos animais (urina, saliva). Na maioria dos casos, os doentes com alergias apresentam uma maior sensibilidade, geralmente rinoconjuntivite, quando vivem com eles por estarem mais expostos aos alergénios. Quais são os animais que produzem mais alergias? Cães e gatos, embora hoje em dia também devemos falar de roedores, répteis e pássaros.
A medida mais eficaz para evitar as consequências desta alergia é não ter animais em casa. Se, mesmo assim, a pessoa desejar conviver com o animal de companhia, a higiene deve ser extrema e devem ser evitados tapetes ou sofás que acumulem estes alergénios. Em particular, não deve ser permitida a entrada do animal em zonas de descanso, como o quarto.
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