A gravidez: um fator de risco da alergia?
As doenças alérgicas aumentaram nas últimas décadas, afetando quase 30% da população. Mas porque é que se estão a espalhar tão rapidamente? O nosso estilo de vida, a herança genética e os fatores ambientais têm um papel importante no desenvolvimento das alergias. Por exemplo, sabia que a dieta, o stress ou a exposição ao tabaco durante a gravidez podem influenciar de forma negativa no futuro desenvolvimento de alergias no feto? Os maus hábitos, juntamente com a falta de exercício ou uma má alimentação, aumentam as possibilidades dos bebés sofrerem de alergias durante a infância. Vamos ver porque é que isso acontece.
A exposição ao tabaco e à poluição
Os maus hábitos durante a gestação são um dos principais fatores de risco pré-natal para o desenvolvimento de alergias nos bebés e crianças pequenas. O fumo do tabaco ou a exposição prolongada a ambientes poluídos podem causar sérios problemas respiratórios nos primeiros anos de vida. Se durante a gestação, a grávida estiver exposta ao fumo do tabaco, o feto receberá menos oxigénio, aumentando a sua frequência cardíaca e influenciará de forma negativa no desenvolvimento pulmonar. As últimas investigações confirmam que a inalação de tabaco na fase pré-natal ou na infância aumenta a frequência de doenças alérgicas até aos 16 anos.
A isso devemos juntar os elevados níveis de poluição a que estamos expostos, sobretudo nas grandes cidades, que estão a gerar um aumento das doenças respiratórias. Este problema agrava-se durante a gestação, aumentando a possibilidade das crianças desenvolverem problemas nas vias respiratórias. Ainda que a poluição seja um dos principais fatores que favorece o aparecimento de alergias, não é o único. A herança genética também tem um papel fundamental, levando a uma maior predisposição para sofrer de alergias em pessoas com antecedentes familiares.
A instabilidade emocional ou o stress
Outro fator que pode influenciar no desenvolvimento de doenças alérgicas é o stress. Durante a gestação, se a mulher for submetida a situações de stress ou ansiedade, a produção de cortisona multiplica-se, afetando o desenvolvimento do sistema imunitário do feto e gerando uma maior sensibilidade face a determinados alergénios.
De acordo com os cientistas da Universidade de Bristol, através de um estudo realizado com mulheres grávidas, foi demonstrado que 60% delas sofreram stress na última fase da gravidez, aumentando as probabilidades de terem filhos com asma.
O controlo da dieta
A má alimentação ou a falta de exercício físico são os principais desencadeadores da obesidade. Para uma mulher grávida, é importante controlar o peso durante todo o processo, pois, durante a gestação, isso pode influenciar no desenvolvimento de alergias nas crianças a longo prazo. Os especialistas aconselham uma alimentação saudável baseada na ingestão de vegetais, legumes, cereais, fruta, etc., evitando as gorduras saturadas, os óleos vegetais e os alimentos processados.
Este controlo da dieta pela mãe também vai evitar o desenvolvimento da asma durante a infância, graças aos antioxidantes presentes nos referidos alimentos, que proporcionam um efeito protetor e benéfico para o feto.
O cuidado físico e emocional da mãe
Neste sentido, os cuidados da mãe durante a gravidez são essenciais para controlar futuras doenças respiratórias. Ter uma dieta saudável, praticar exercício de forma regular, praticar ioga para melhorar o relaxamento e descansar o máximo possível serão o ponto de partida para que o desenvolvimento do bebé seja o mais saudável possível.
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