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A alergia na literatura

A alergia na literatura

Ao longo da história, grandes autores da literatura incluíram nos seus livros as suas próprias experiências sobre as alergias de que sofreram. Em muitas ocasiões, estas experiências pessoais que transformavam o seu dia a dia foram transmitidas diretamente aos personagens dos seus romances, que sofriam das mesmas patologias alérgicas que os seus autores.

A alergia ao longo da história

A alergia, como a especialidade que conhecemos atualmente, é de criação recente, por isso não teve tanta presença na história antiga; mas há evidências e escritos nos quais se descobriu que há milhares de anos os nossos antepassados também sofreram destes episódios.

Segundo diversos estudos, a informação mais antiga relacionada com um processo de alergia remonta a 3000 a.C., quando o faraó Menes morreu após ser picado por uma vespa com um quadro clínico que seria semelhante a uma anafilaxia.

Os egípcios também eram especialistas nos tratamentos contra a asma: diz-se que existiam referências a quase 700 remédios contra os seus sintomas. Alguns séculos depois, eram os chineses quem preparava misturas com diferentes plantas para tratar essa doença.

Por outro lado, os gregos também tiveram um certo protagonismo no tema, já que o termo asma é de origem grega, derivado de ‘aazein’ ou ‘exalar ofegante com a boca aberta’. O filósofo Hipócrates descreveria como “uma doença que afeta alfaiates e trabalhadores do metal” e Galeno “como uma doença causada por infeção brônquica e obstrução das vias respiratórias”.

Já no século XII d.C., Maimónides afirmou que a asma começava através de uma constipação comum, com falta de ar e produção de catarro. Aconselhava a deslocação para um clima seco e, entre outras coisas, diminuir a atividade física.

Como influenciaram as alergias nos próprio autores?

Alguns autores modernos usavam a asma brônquica ou episódios de dispneia como doenças que afetavam muitas das suas personagens de ficção. Em várias obras literárias da Idade Média e do Século de Ouro, também aparecem com um certo protagonismo as doenças dermatológicas muito comuns na época, como a sarna. Estes autores foram algumas vezes chamados de excêntricos por levarem um estilo de vida fora do comum devido à sua doença.

  • Marcel Proust (1871-1922): Esse romancista do século XIX sofreu a sua primeira crise asmática aos nove anos de idade, sucedendo-se posteriormente outras com maior frequência e cada vez mais graves. Passaria o resto da sua vida semifechado, escrevendo à noite para evitar o pólen durante o dia. Proibiu que cozinhassem dentro de casa com medo dos vapores e, o maior foco da sua alergia foram os ácaros da sua casa coberta completamente de cortiça e tecidos nas janelas.
  • José Lezama (1910-1976): Nasceu num acampamento militar perto de Havana. A sua primeira crise de asma foi ainda muito jovem, com sete meses de idade. Nos anos seguintes, as crises sucederam sem cessar. Para atenuar os contínuos ataques “automedicava-se” com pós franceses. Como consequência, devido ao cansaço, passava longas horas a repousar, durante as quais aproveitava para ler sem descanso. Finalmente, morreria aos 66 anos devido a uma insuficiência cardiorrespiratória.
  • Mario Benedetti (1920-2009): Também sofreu de episódios asmáticos desde muito jovem. Em 1985, mudou-se para Madrid, onde, através de uma entrevista, reconheceu que se tinha mudado para lá “porque a sua asma o aconselhava”. No seu livro El fin de la disnea, relata as visitas aos médicos e o diagnóstico da doença que lhe causou tanto sofrimento.

Outros autores que também viram o seu estilo de vida alterado devido às alergias foram: Benjamin Disraeli (1804-1881), Charles Dickens (1812-1870), Edith Wharton (1862-1937), Heinrich Federer (1866-1928), Elisabeth Bishop (1911-1979) e Dylan Thomas (1914-1953).

A alergia na literatura

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Deve ler cuidadosamente todas as informações constantes da embalagem do medicamento e do seu folheto informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, deve consultar o seu médico ou farmacêutico.