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alergia na história

A alergia na história

Algumas pessoas pensam que as alergias são uma reação relativamente recente, causadas pelas sociedades industrializadas, estilos de vida modernos e poluição. Embora esses fatores influenciem, as reações alérgicas são conhecidas há séculos, embora o seu estudo não tenha sido realizado de forma rigorosa até meados do século XIX e, principalmente, no século XX.

Primeiros registos das alergias

Muito antes das alergias começarem a ser estudadas, a sua existência já era conhecida. Provavelmente, o primeiro caso documentado de uma reação alérgica ocorreu há 5.000 anos no Egito, quando o faraó Menés morreu devido ao que deverá ter sido uma reação anafilática a uma picada de vespa. Os egípcios também conheciam a asma e tinham dezenas de remédios naturais para o seu tratamento.

Precisamente, a asma é uma das manifestações alérgicas das quais existem mais registos na Antiguidade. O seu nome foi cunhado pelos gregos, derivado do termo “azein”, que significa “exalar ofegante”. No século IV a.C. o médico grego Hipócrates escreveu sobre esta manifestação da alergia e o seu efeito em alfaiates e manipuladores de metais. Mais tarde, também o médico Galeno, que viveu no século II d.C., definiu a asma como uma doença causada pela inflamação das vias respiratórias.

Desde então, foram muitos os médicos que descreveram os diferentes efeitos da asma. Alguns, inclusive estabeleceram relações de causa-efeito (é o caso de Bernardino Ramazzini, que estabeleceu uma ligação entre a asma e o pó orgânico).

No entanto, não foi até ao século XIX quando começou o estudo verdadeiramente sistemático das alergias e suas diferentes manifestações.

Primeiros estudos no século XIX

No século XIX, no auge da industrialização, o médico britânico John Bostock observou que durante o mês de junho, desde que era criança, sofria de sintomas semelhantes aos de um catarro. A partir dessa observação, apresentou o trabalho “Caso de doença periódica nos olhos e peito”, no qual descrevia os sintomas de um doente anónimo (ou não tão anónimo: era ele mesmo) e como tentou aliviar o seu mal-estar sem sucesso. Ao longo dos anos, esse estudo de Bostock ganhou popularidade e o seu “catarro de verão” começou a ser chamado de “febre do feno”. Em meados do século, outro médico britânico, Charles Blackley, chegou à conclusão de que a causa do seu desconforto era o pólen.

Em meados do século XIX, a “febre do feno” era considerada uma doença das classes mais abastadas e endinheiradas, porque se acreditava ser motivada pela higiene excessiva, o que tornava o corpo mais vulnerável. Nessa época, os hotéis na costa e nas montanhas também se tornaram muito populares, locais onde os sintomas suavizavam.

Não foi até ao início do século XX, quando se avançou nos estudos e essa patologia foi denominada de alergia.

O século XX. Os estudos multiplicam-se

O termo “alergia” foi cunhado pelo pediatra austríaco Clemens von Pirquet em 1906, como substituto de “imunidade”, termo pelo qual estas reações eram conhecidas anteriormente.

Na década de 1930, a palavra ‘alergia’ foi identificada com qualquer reação prejudicial do sistema imunitário. Estudos e clínicas começaram a surgir para tratar estas reações, que foram muito bem-sucedidas tendo em conta o aumento exponencial destas doenças devido à poluição e às sociedades industrializadas. Em 1937, o farmacologista suíço Daniel Bovet (que receberia um Nobel em 1957) sintetizou o primeiro anti-histamínico.

Desde então, o conhecimento sobre alergias tem vindo a aumentar, com novos estudos e tratamentos que tornaram a vida mais fácil para quem sofre de alergias.

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Deve ler cuidadosamente todas as informações constantes da embalagem do medicamento e do seu folheto Informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, deve consultar o seu medico ou farmacêutico.